segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Daniel Bastos: auspicioso investigador


A História Contemporânea de Fafe ganhou, nos últimos anos, um jovem, qualificado e auspicioso investigador, Daniel Bastos, que tirocinou nas páginas amigas da imprensa local e foi-se impondo, com competência, esforço e empenho em textos de maior fôlego, perenizados na revista cultural Dom Fafes e um dos quais lhe valeu, justamente, em 2005, o Prémio de História Local – Câmara Municipal de Fafe.
A obra Fafe – Estudos de História Contemporânea, que foi por estes dias apresentada no mítico Teatro-Cinema de Fafe, integra quatro desses artigos, qual deles o mais consistente, inovador e relevante para o conhecimento da historiografia do município nos últimos decénios. Referimo-nos, concretamente, aos textos “As visitas do rei D. Carlos I ao município de Fafe em 1906 e 1907: análise e contexto político, económico e social”; “A participação portuguesa na I Guerra Mundial. Reflexos políticos e sociais: o exemplo de Fafe”; “As Eleições Presidenciais no Estado autoritário português. Processos e actores políticos no concelho de Fafe em 1949 e 1958 e “Visitas de governantes do Estado Novo ao concelho de Fafe (1933-1974): economia, ideologia e política estadonovista num contexto local”.
Nenhum desses temas havia sido objecto de um estudo tão aprofundado e sistematizado, como o foi pelo autor.
Todavia, verdadeiramente inovadores, a meu ver, pela pesquisa bibliográfica e pelo aparato metodológico, são os dois grandes marcos que pontuam a arquitectura desta obra. Refiro-me aos artigos que têm como título “O concelho de Fafe durante a Primeira República (1910-1926): actores, processo político e conjuntura socioeconómica”, de uma actualidade vibrante, dado estarmos em plena comemoração do Centenário da República, bem como “A Revolução de Abril entre 1974 e 1976 num contexto local: a transição política, partidos políticos, comícios e as primeiras eleições autárquicas democráticas em Fafe”. Este é, na minha opinião, o texto mais forte e revolucionário desta obra, cujos sucessos muitos de nós ainda recordam e que tem a mão prodigiosa de um autor que nem havia nascido. Daniel Bastos aborda, com mestria, a dissolução da estrutura autárquica estadonovista em Fafe, os movimentos democráticos que foram criados na altura, nas áreas da política, da agricultura, da educação e do sindicalismo, entre outros, serpenteando, com imensa perícia, pelo “Verão Quente” de 1975 em Fafe. Momentos relevantes são ainda o surgimento dos quatro principais partidos políticos no nosso concelho (PS, PSD, CDS e PCP), e os seus primeiros comícios na então vila, bem como a envolvência e os resultados locais das primeiras eleições autárquicas do regime democrático saído do 25 de Abril de 1974.
Fafe – Estudos de História Contemporânea, nas suas mais de 300 páginas, configura uma exaustiva e profunda investigação bibliográfica e documental. Daniel Bastos leu dezenas de obras colectivas e centenas de artigos de autores de renome científico, revistas universitárias, etc. Basta salientar que, ao longo da obra, são relacionadas mais de 1 400 notas de rodapé e referenciadas aproximadamente três centenas de citações bibliográficas, o que demonstra o cuidado e a segurança do autor na elaboração dos seus textos, afastando ao máximo os laivos de subjectivismo que todo o trabalho historiográfico comporta.
Apresenta, desta forma, uma sólida panóplia informativa, com recurso aos mais autorizados autores nacionais da historiografia do século passado, para enquadrar os episódios, os eventos e os personagens da história local, sempre que a oportunidade os convoca. Na primeira linha, está o recurso à imprensa local e regional, como fonte fundamental e estratégica para a elaboração do conhecimento e da escrita historiográfica das diferentes abordagens do século transacto. Mas também os arquivos (sobretudo o municipal) foram perpassados pela lupa do investigador, que se serve naturalmente de todos os instrumentos epistemológicos para melhor construir os seus textos, devidamente organizados, do ponto de vista metodológico.
A obra é enriquecida ainda por uma ampla gama de ilustrações, fotografias e imagens, grande parte extraída das páginas amarelecidas dos jornais locais, que notoriamente a valorizam, além de se estribar numa linguagem ajustada, consentânea, rica, em termos estilísticos, quase literária, que denota uma forte formação intelectual e cultural do jovem autor.
Fafe – Estudos de História Contemporânea, tocando os momentos fundamentais e as mudanças fulcrais subsequentes às grandes convulsões do século passado, da forma que é feita, acaba por avultar como a primeira história sumária do século XX em Fafe. Arranca com as fugazes visitas a Fafe do rei D. Carlos, ainda em plena monarquia; acompanha a queda da realeza e a ascensão da República, reportando as suas incidências e legado na então vila; equaciona as repercussões em Fafe da I Grande Guerra Mundial; avança pelo Estado Novo e pelas ocorrências que caracterizaram as eleições presidenciais de 1949 e 1958, evidenciando os seus actores locais e os resultados eleitorais; relaciona as visitas dos chefes de Estado e dos governantes do Estado Novo ao concelho de Fafe durante o salazarismo e o caetanismo (1933-1974), e tantas foram, envoltas, meticulosa e orquestradamente, no aparato e no folclore ideológico da época; e, enfim, já depois do novo regime instaurado em 25 de Abril, detém-se, longa e profundamente, no período revolucionário que se operou em Fafe entre os anos de 1974 e 1976.
Não poderia dizer menos de uma obra fantástica, que enriquece extraordinariamente a historiografia e a cultura deste município, que se impõe pelo seu valor intrínseco, e é gigantesco, mas também pelo acréscimo que representam as introdutórias palavras abalizadas de Iva Delgado, essa imensa mulher que enche a memória colectiva portuguesa de orgulho, na esteira de seu pai, o General sem Medo, raiz luminosa de onde iria brotar um país de Liberdade e de Democracia, que é hoje o nosso, pense-se o que se pensar da actualidade política.
Ao Daniel Bastos, só posso deixar o merecido, profundo e sentido abraço de felicitações e a certeza de que Fafe muito tem a beneficiar das suas investigações e do seu trabalho historiográfico, de que Fafe – Estudos de História Contemporânea é apenas a rampa de lançamento!
Artur Coimbra

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Dirigente do NALF apresenta obra de estreia este sábado: "Fafe - Estudos de História Contemporânea"

Daniel Bastos, jovem historiador fafense e vice-presidente da direcção do Núcleo de Artes e Letras de Fafe, apresenta no próximo sábado, 22 de Janeiro, às 21h30, no Teatro-Cinema de Fafe, o seu primeiro livro com o título “Fafe – Estudos de História Contemporânea”, cuja apresentação estará a cargo da Dra. Iva Delgado, Presidente da Fundação Humberto Delgado (seu pai), que assina igualmente o prefácio da obra.
Licenciado em História pela Universidade de Évora, onde foi colaborador do Centro Interdisciplinar de História, Culturas e Sociedades da Universidade de Évora (CIDEHUS-UE) no âmbito de estudos de História Contemporânea Portuguesa, Daniel Bastos possui ainda um Curso de Cultura Teológica promovido pelo Instituto Superior de Teologia de Évora.
A obra estrutura-se em seis capítulos basilares de grande interesse para o conhecimento do século XX fafense. Concretamente:

- As visitas do rei D. Carlos I ao município de Fafe em 1906 e 1907:análise e contexto político, económico e social
- O concelho de Fafe durante a Primeira República (1910-1926): actores, processo político e conjuntura socioeconómica
- A participação portuguesa na I Guerra Mundial. Reflexos políticos e sociais: o exemplo de Fafe

- As Eleições Presidenciais no Estado autoritário português. Processos e actores políticos no concelho de Fafe em 1949 e 1958

- Visitas de governantes do Estado Novo ao concelho de Fafe (1933-1974): economia, ideologia e política estadonovista num contexto local
- A Revolução de Abril entre 1974 e 1976 num contexto local: a transição política, partidos políticos, comícios e as primeiras eleições autárquicas democráticas em Fafe.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

68 obras concorreram ao Prémio de Poesia do Núcleo de Artes e Letras de Fafe


Como se sabe, o Núcleo de Artes e Letras de Fafe instituiu, pela segunda vez, um prémio de poesia, como forma de homenagear, promover e divulgar este género maior da literatura portuguesa.
O prémio destina-se, nesta segunda edição, a galardoar o melhor livro de poesia submetido a concurso e publicado entre 1 de Janeiro de 2009 e 31 de Dezembro de 2010.
O prazo de recepção das obras concorrentes terminou no fim do ano passado, tendo sido recebidas 68 livros de poesia, de autores portugueses e brasileiros.
Para efeitos de atribuição do Prémio, o NALF convidou um júri constituído por três personalidades (cujos nomes serão divulgados a seu tempo), que deverá tomar a sua decisão até ao dia 10 de Março do corrente ano.
A obra vencedora tem direito a um prémio pecuniário único no valor de 2 000 €.
Nos termos do regulamento, o Prémio será entregue ao autor da obra vencedora em data e local a indicar oportunamente, de preferência no Dia Mundial da Poesia de 2011.
São as seguintes as obras concorrentes (59 portuguesas e 9 brasileiras):

Dulce Antunes – Poesia para a Alma
Nuno MilagreUm Beijo no meio da crise
Jorge Paulo – Mesmo ao longe um Impulso
Graça PiresO silêncio: lugar habitado
Ildásio Tavares – As Flores do Caos
Maria Virgínia Monteiro – … nesta luz que a tarde esfria
Torquato da LuzPor este amor e outros poemas
Sebastião Lima RegoAs Bandeiras Paradas
Paulo Alexandre Castro Gramática do Amor Tecnológico
António Levi De MeirelesFolhas Dispersas
Elias Antunes – Sobre o movimento das pedras
João NegreirosO cheiro da sombra das flores – 2ª edição
Cristino Cortes – Poemas de Amor e Melodia
Manuel Madeira – À Descoberta das causas no Sortilégio dos Efeitos
Ruy Ventura – Chave de ignição
Victor Oliveira MateusA Irresistível Voz de Ionatos
Daniel GonçalvesRumores para a transparência do silêncio
Alive Fergo Quando junto às horas se ilumina um rio
Saul Neves de JesusFoto-Pintura e Poesia – Escrever com a Luz e com as Palavras
Carlos Roberto Ferriani – …Antes mesmo do Sonho Tempos Poéticos
Paulo PegoÀ Senoite
António Boaventura Pinheiro – Cem Poemas… Diversos
Katia Pino – Sou Mulher
José R. Carvalheiro Neto – …Um Cristal Floresceu em meu Coração…
Fernanda EstevesCanteiros de Esperança
João Manuel Silva PereiraEcos do Silêncio
Ana Maria da Silva Pereira – A Espiral do Amor
Silvana Helena Liz – Breviário
João Filipe Oliveira Lopes Pimentel Ferreira– As Farpas da Paixão
Maria da Saudade Cortesão Mendes O Desdobrar da Sombra, seguido de Fragmentos de um Labirinto
José Salcedas Rogeiro – Conversas em Verso
José Carlos Robalo – Porondando
Rosa Nobre Camilo – O Sol ao Mínimo
Jania Souza – Fórum Íntimo
Fernando Neto – Fragrância Açucena
Inês DunasDesejo a Marte, tão Perto…
Bruno Miguel Resende – Kahos Poeticum
Bruno Miguel Resende – Esquilia Divinorum
Cris DakinisAos Distraídos
João Baptista CoelhoUm Outro Livro de Job
Gonçalo Salvado – Corpo Todo
Carlos Almeida Santos – Melodia Interrompida
António Correia Amor Felino
António Correia Minha Raíz
Miguel Leitão – Em nome das palavras
Paulo Assim – Celulose
Miguel Portela – Diz sempre que sim
Ricardo Gil Soeiro – Caligraphia de Espanto
Victor Oliveira Mateus Regresso
António Boavida PinheiroCem Poemas … Diversos
António Boavida PinheiroPoemas ao correr da pena
Rui Pedro Pinheiro – Poemas de ti
Margarida Lobato Costa – Encenar é Viver
Áurea Luz – Te Amo
João Rasteiro – Diacrítico
João Ricardo Terra – Do Fogo Menor
Henrique Graça – Mar de Fora
Sérgio Fonseca – Homens (deste Mundo)
José Ilídio Pires Sétimo
Tiago Patrício – Cartas de Praga
Manuela Matos – Pedaços de Lua
Paulo César Gonçalves – Até ao fim do Mundo
Luís Felício – O Som e a Casa
Teresa Klut – as noites
José Pedro Leite – As mãos e o lume
Maria João Saraiva – A Dor que Me Deixaste
Vitor Cintra – Pedaços do Meu Sentir
Afonso D’Almeida – diVERSOS

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Artistas do NALF participam na XXIV Mostra de Artes Plásticas de Fafe

Ana Stingl

Arlete Gonçalves

Belmira Guimarães

Catarina Noval

Fina Rosa

Luis Gonzaga

Orlando Pompeu
A 24ª Mostra de Artes Plásticas de Fafe decorre na Galeria da Casa Municipal de Cultura entre os dias 14 de Janeiro e 11 de Fevereiro. Destinada a artistas naturais ou residentes no concelho, a iniciativa tem em vista a divulgação do trabalho dos criadores que se dedicam às artes visuais na área do município. Trata-se de um evento que anualmente se realiza na cidade e que serve de “montra” para os artistas locais, mais consagrados ou ainda pouco conhecidos, mostrarem os seus trabalhos.
A exposição, de tema livre, integra cerca de quatro dezenas de obras de pintura de 25 artistas. Oito desses artistas são associados ao Núcleo de Artes e Letras de Fafe que se honra dos seus valores.
São eles, Ana Stingl, Arlete Gonçalves, Belmira Guimarães, Carlos Santana, Catarina Noval, Fina Rosa, Luís Gonzaga e Orlando Pompeu.
Carlos Santana
Participam ainda outros e outras artistas amigos como Amélia Cunha,  António Póvoas,  Carlos Silva, Carminda Andrade, Cloé, Fernanda Aguiar, Fernando Jorge Costa, Filipe Sampaio, João Miguel Carvalho, José Alberto Magalhães, J. J. Silva, José Freitas Pereira, Maria Silvestre, Maria Trindade Crespo, Matos Neves, Sandra Novais e Sara Stingl.
A exposição mantém-se patente até 11 de Fevereiro, no horário das 9h00 às 12h30 e das 14h00 às 20h00, à segunda-feira; das 9h00 às 12h30 e das 14h00 às 17h30, de terça-feira a quinta-feira e das 9h00 às 12h30, à sexta-feira.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Corpos Gerentes do NALF para o biénio 2010/2011

DIRECÇÃO:

Artur Ferreira Coimbra – Presidente
Daniel David Silva Bastos – Vice-Presidente
João Artur Carvalho Pinto – Tesoureiro
Carlos Alberto Ferreira Afonso – Secretário
Tiago Manuel Coelho Magalhães – Vogal

MESA DA ASSEMBLEIA GERAL:

José Manuel Ribeiro Cardoso – Presidente
José Acácio Graça Almeida – Vice-Presidente
Augusto Barros Lemos – Secretário

CONSELHO FISCAL:

Paula Maria Ramos Nogueira – Presidente
Belmira Guimarães – Vice-Presidente
Luís Gonzaga – Secretário-Relator

(Aprovados por unanimidade na Assembleia-geral de 29 de Janeiro de 2010)

Relação actual dos associados do Núcleo de Artes e Letras de Fafe

Artur Ferreira Coimbra
Escritor
Pompeu Miguel Martins
Escritor
José Salgado Leite
Escritor
Padre Valdemar Gonçalves
Escritor
Dário Gonçalves
Artista (fotógrafo)
Belmira Gonçalves Guimarães
Artista plástica
Maria de Lourdes Magalhães
Artista plástica
Delfina Rosa Castro (Fina Rosa)
Artista plástica
Ana Stingl
Artista plástica
Aureliano Campino Barata
Escritor
José Manuel Ribeiro Cardoso
Jornalista
António Fernandes de Barros
Articulista
António Almeida Mattos
Escritor
Orlando Pompeu
Artista plástico
Augusto Barros Lemos
Escritor
José Acácio Graça Almeida
Escritor
Paula Maria Ramos Nogueira
Escritora
José Manuel Martins Ribeiro
Escritor
Maria Benedita Stingl
Escritora
João Artur Carvalho Pinto
Fotógrafo/Editor
Paula Cristina Mota Marinho
Jornalista
Maria Arlete Cerdeira Gonçalves
Artista plástica
João Ricardo Lopes
Escritor
Daniel Davide Silva Bastos
Escritor
Luis Gonzaga Pereira Silva
Artista/Escritor
Maria Aurora Carv. Guimarães
Escritora
Carlos Fonseca Santana
Artista plástico
Catarina Ribeiro Noval
Artista plástica
Carlos Afonso
Escritor
Tiago Manuel Magalhães
Escritor
Artur Magalhães Leite
Escritor
Padre José Peixoto Lopes
Escritor
José Emídio Martins Lopes
Escritor
João Carlos Lopes
Jornalista

SÓCIOS BENEMÉRITOS


Câmara Municipal de Fafe – desde 26/Abril/2007
Junta de Freguesia de Fafe– desde 26/Abril/2007