Os cravos rubros
precisam
De mais cuidados
que os brancos,
Há parasitas que
os pisam
Com os mais duros
tamancos.
Pus o meu cravo
encarnado
Do lado do
coração,
Porque a vida
noutro lado
Apenas tem um
pulmão.
No calendário dos
ventos
E das aves
erradias
O mês de Abril
tem trezentos
E sessenta e
cinco dias.
O meu craveiro da
horta
É campainha
gentil
Que diz quando
está à porta
O vinte e cinco
de Abril.
Não temas usar
por brinco
Umas cerejas
vermelhas,
Porque o dia
vinte e cinco
De Abril deu-nos
as orelhas.
Curando as
unhadas mil
Que lhe dão o
irmão atro,
O vinte e cinco
de Abril
Perdoou ao vinte
e quatro.
AUGUSTO FERA
(O Jornal de Felgueiras, Junho de 1983)
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