I
Levam-nos tudo! Humor, sonho, alegria,
Esperança, lisura, bem-estar,
Emprego, habitação, carro, energia,
Reforma, pensão, sustento do lar!
Uns sofrem, outros tiram mais-valia
Das privações impostas sem parar
Em ambiente de selvajaria
Onde é o capital sempre a ganhar!
E não há meio-termo. Ou tudo ou nada!
Custe o que custar! Esta machadada
Sobre o povo, cravada com veneno,
Mantém os governantes convencidos
De que já só uns quantos atrevidos
Reclamam o popular Nazareno!
II
Pedra a pedra, desmorona a muralha
Construída com dor, sangue e trabalho,
Muitas vezes no fio da navalha,
Mas sempre ao persistente som do malho.
Uma escória oposta aos da minha igualha
Vem reduzindo tudo a miuçalho,
Em atitude louca, de canalha,
E num constante apelo ao reviralho!
Pretendem refundar o seu império!
E fazem-no, cavando muito a sério
A sepultura do acordo social.
Estão obstinados na vingança
De tudo quanto têm na lembrança…
Até mesmo o conforto de Natal!
Dois poemas (sonetos) do nosso amigo e associado José
Salgado Leite, expressamente para o Natal de 2012.
Aproveitamos para desejar a todos os nossos estimados
associados e leitores votos de um Santo e Feliz Natal!
Boas Festas para todos!
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