Chama-se Entre Linhas a mais recente
obra da poetisa fafense e nossa associada Benedita Stingl, radicada há anos na
Póvoa de Varzim.
Este é um livro (o 23º da sua produção de pouco mais de uma década) diferente, diríamos familiar, já que reúne
na sua factura 4 pessoas e 8 mãos. Ou seja, Benedita poetou as linhas
desenhadas pelo seu filho Luis Henrique Stingl e pelo marido Luis Ramos
Pereira. A mãe, Maria José Andrade, traduziu o “significado do texto” para
francês.
Trata-se de um livro onde brota a sensibilidade
poética da autora, numa linguagem cada vez mais depurada e sedutora, usando os
artifícios literários de forma ajustada. Por isso, nas suas páginas breves
brotam metáforas, comparações e figuras de estilo que tornam a linguagem corrente
fonte de sensações que nos transportam para universos poéticos.
Deixamos os leitores com o prefácio de Benedita
Stingl, de belíssimo labor literário:É quando o tempo pára que o olhar consegue fazer-se ouvir.
Busca a forma, a cor, a melodia primeira ou a última.
Surgem linhas que se cruzam, percorrendo palmas de mãos,
entre o fim e o princípio. E o infinito por inventar.
Apetecem os mares, os pássaros, as folhas que o vento devolve.
E os corpos. Em desassossego ou sossego encontrado.
Apetecem as vésperas dos instantes, os labirintos desaguando cada
vez mais próximos da voz. E os gestos. Aqueles que se entregam
e se deixam ficar para sempre.
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