terça-feira, 10 de maio de 2011

Novo livro de João Ricardo Lopes apresentado em Arões São Romão e Braga

O escritor João Ricardo Lopes apresentou no último fim-de-semana e em dois diferentes palcos no Minho a sua última obra literária: no sábado à noite (dia 7), no auditório da Junta de Freguesia de Arões São Romão; no dia seguinte, à tarde, na Feira do Livro de Braga.
Trata-se de reflexões à boca de cena, um volume de 50 poemas (bilingues), que constituem no seu conjunto uma acesa reinvenção do discurso poético, pelo que nele se deixa entremear de narratividade e reflexão dramática (teatro).
Para César Freitas (investigador e professor no Instituto de Estudos Superiores de Fafe), a quem coube a responsabilidade de apresentar o livro em Arões, “A palavra poética do João Ricardo é uma celebração do momento efémero e da sua (re)construção pela memória, um canto da saudade e do silêncio que instaura o regresso aos espaços, aos instantes, aos objectos, às pessoas”. Para este académico, “o poeta, ainda que incapaz de transformar em ouro um coração de pedra, renasce devagar na escrita sublime”, definindo seguidamente reflexões à boca de cena como uma “experiência ontológica capaz de nos mudar interiormente, exigindo-nos uma maior atenção a tudo que nos circunda, a todos os pormenores, corpóreos ou imateriais”.
A sessão, iniciada com o fado de José e João Marão, contou com a presença do editor (João Artur Pinto), da tradutora (Bernarda Esteves) e do escritor, ladeado pelo anfitrião Joel Fernandes (Tesoureiro da Junta), acompanhados por um auditório vasto e atento, para quem foram lidos alguns poemas da obra (tanto em Português, como em Inglês), pelo Grupo de Teatro de Arões.
Bernarda Esteves sublinhou o rigor e a complexidade da tradução: “Em muitos momentos, quando achava que tinha encontrado o termo exacto para a tradução, verifiquei que não era aquele que o João procurava. Foi duro trabalhar com ele, porque a sua escrita é muito depurada e exigentíssima!”
Para o poeta, a noite foi sobretudo um palco de agradecimentos, não esquecendo nenhum dos elementos da “equipa” por de trás da sua obra: “Reconheço que o livro, olhado assim nas mãos agora, é simples e belo, mas toda uma equipa trabalhou para ele e a quem quero agradecer, começando pela Bernarda e incluindo o posfaciador, a fotógrafa, as revisoras da tradução, passando pela gráfica, pelo autor do desenho da capa e pela editora, pela Junta e pela Câmara, entidades que apoiaram a edição. A todos, o meu muito obrigado!”
João Artur Pinto complementou a análise feita com palavras de elogio e de agradecimento: “O João Ricardo completou dez anos de vida literária, acompanhando a evolução da própria Labirinto. Orgulhamo-nos de o ter entre os nossos autores e de ter este trabalho seu no nosso catálogo. É um escritor de enorme qualidade e merece todo o nosso apoio, porque a Labirinto é também uma editora em crescimento e que ao longo da sua história revelou diversos nomes, hoje já consagrados. O João é um deles.”
A noite terminou com o tradicional porto de honra e com uma demorada sessão de autógrafos, que se prolongou no domingo, em Braga, no Parque de Exposições, onde o escritor voltou a falar, acompanhado desta feita por Sérgio Sousa (professor na Universidade do Minho), pelo editor e pela tradutora.
A obra será agora apresentada em Lisboa, no próximo dia 21, na Livraria Pó dos Livros, seguindo-se-lhe um périplo pelas cidades do Porto, Braga, Vila Nova de Famalicão, Coimbra e Faro.

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