quinta-feira, 25 de outubro de 2012

BENEDITA STINGL APRESENTA ESTE SÁBADO O SEU 23º LIVRO


A escritora e poetisa fafense Benedita Stingl, associada do Núcleo de Artes e Letras de Fafe, vai lançar este sábado o seu 23º livro, conforme o convite que se publica.
De referir que o livro é ilustrado pelo filho da autora, Luís Henrique Stingl, sendo a quinta obra da mãe que este jovem de 10 anos ilustra, ele que é aluno do 5º ano da escola Flávio Gonçalves, na Póvoa de Varzim, onde a família reside.

MEGAEXPOSIÇÃO DO ARTISTA ORLANDO POMPEU ESTÁ PATENTE EM TRÊS ESPAÇOS DE FAFE ATÉ 16/11

O consagrado artista fafense e prestigiado associado deste Núcleo de Artes e  Letras Orlando Pompeu tem patente até 16 de Novembro, na cidade natal, uma mega-exposição de pintura sob o título genérico "Pré-Textos In-Conscientes". São mais de cinquenta obras, a maior parte delas desconhecidas do público fafense, e que representam a evolução histórica do mais consagrado pintor deste concelho, com obra espalhada pelo mundo.
A obra está exposta em três espaços expositivos distintos.
Na Casa Municipal de Cultura está patente um núcleo expositivo de pinturas conceptuais, enquanto na Biblioteca Municipal se encontra uma mostra de pinturas gestuais e finalmente, o terceiro núcleo, no Salão Nobre do Teatro-Cinema, com cerca de duas dezenas de pinturas conceptuais.
A cerimónia de inauguração ocorreu no passado dia 13, na Casa da Cultura, com a assistência de cerca de uma centena de pessoas, a maioria das quais exteriores ao concelho (Porto, Guimarães, Amarante, etc.) e algumas provenientes da vizinha Galiza. Em comum, o facto de serem amigas e admiradoras do “mestre” Orlando Pompeu.
Usou da palavra o próprio artista, que demonstrou a sua incontida satisfação pela inauguração da megaexposição, a maior algum dia realizada em Fafe e por tão expressiva presença de amigos. Agradeceu ainda todo o apoio que o actual presidente da Câmara, José Ribeiro, seu conterrâneo e amigo, lhe vem prodigalizando desde há três décadas, desde quando era vereador da cultura e altura em que a edilidade adquiriu duas obras “hiper-realistas” do artista, cujo produto lhe permitiu deslocar-se para Paris, onde aprendeu, viveu e expôs.
Por seu turno, o presidente José Ribeiro manifestou também o seu contentamento por tão eloquente exposição retrospectiva, de um artista cujo mérito se impôs no país e no estrangeiro. O autarca sublinhou que importa que Pompeu “regresse a Fafe”, para ser aqui tão conhecido e admirado, como é fora da cidade, referindo ainda que esta exposição, pelos convidados e admiradores que arrasta até Fafe, é também um factor de promoção do turismo cultural do concelho.
 
 
 
 
 
Orlando Pompeu nasceu a 24 de maio de 1956, na freguesia de Cepães – Fafe. Estudou desenho, pintura e escultura em Barcelona, Porto e Paris. Nos anos 90 progrediu no seu percurso artístico ao ir trabalhar para os Estados Unidos da América, primeiramente, e depois, Japão. A sua obra consta em várias colecções particulares e oficiais em Portugal, Espanha, França, Inglaterra, Brasil, Estados Unidos da América, Japão e Dubai.
O artista é detentor de uma carreira de trinta anos bem como um currículo nacional e internacional ímpar...
Para mais informações, visite a página electrónica do autor: www.orlandopompeu.com.
 
HORÁRIOS DA EXPOSIÇÃO
A megaexposição vai manter-se patente, de segunda-feira a sábado, até 16 de Novembro, nos seguintes horários:
 
Casa Municipal de Cultura: Segunda a sexta-feira – 9h00-12h30; 14h00-17h30. Sábados: 14h00-17h30.
Biblioteca Municipal: Segunda a sexta-feira – 9h00-17h30. Sábados: 10h00-13h00; 14h00-17h30.
Salão Nobre do Teatro-Cinema: Segunda-feira a sábado: 14h00-17h30.

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

NÚCLEO DE ARTES E LETRAS DE FAFE PROMOVE OFICINA DE ESCRITA CRIATIVA

O Núcleo de Artes e Letras de Fafe vai levar a efeito uma oficina de escrita criativa, dirigida ao público em geral e sob a epígrafe “Viajar pelas palavras”.
Para o dia 19 de Outubro, está prevista uma sessão de motivação, no âmbito de um sarau cultural a realizar na Sala Manoel de Oliveira, a partir das 21h00.
O evento começa com um momento musical, durante o qual intervém o Coro de Pais e Amigos da Academia de Música José Atalaya, sob a direcção do Prof. Tiago Ferreira e que inclui a actuação de Ana Catarina Costa (Flauta) e de Giosuè Di Vincenti (Pianista Acompanhador).
Depois, os criadores literários fafenses Pompeu Martins, Jorge Oliveira, Artur Coimbra, Augusto Lemos, José Rui Rocha, Carlos Afonso, Acácio Almeida, Conceição Carvalho e José Peixoto Lopes e a poetisa brasileira Carmen Cardin (que aproveita a oportunidade para apresentar o seu último livro, A Música das Estrelas) falam da sua experiência como escritores e da sua obra. O som melodioso de um piano acompanhará a leitura de alguns excertos narrativos e de poemas.
Seguem-se ainda duas pequenas encenações criativas, por alunos da Escola Secundária e dois momentos musicais, com um quarteto de saxofones (Eduardo Teixeira, Simão Silva, Pedro Marques e Alex Fernandes) e um duo de clarinetes (Filipa Daniela Leite e Tânia Carina Ferreira) da Escola de Música José Atalaya, que interligarão os vários oradores.
Entretanto, a oficina de escrita criativa decorre na Biblioteca Municipal de Fafe nos sábados 3, 10 e 17 de Novembro, entre as 10h00 e as 13h00, sob a orientação do Prof. Carlos Afonso.
São objectivos da acção desenvolver e aprofundar o gosto pela escrita como forma de expressão eminentemente humana, desenvolver, de forma lúdica, a expressão escrita, promover formas alternativas de expressão, desenvolver métodos e técnicas de planificação, produção e avaliação de diferentes tipos de texto, promover o gosto pela leitura como meio de enriquecimento pessoal, mas também como ferramenta de trabalho, descobrir e valorizar o gosto e o talento para a escrita.

terça-feira, 16 de outubro de 2012

“A PRIMEIRA REPÚBLICA EM FAFE” - OBRA IMPORTANTE PARA A HISTÓRIA NACIONAL

A Primeira República em Fafe – Elementos para a sua históriaé uma obra de investigação “importante não só para a história local mas para a história nacional”. Palavras de Maria Alice Samara, investigadora do Instituto de História Contemporânea da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa.
O livro, editado pelo Núcleo de Artes e Letras de Fafe, é da autoria dos historiadores Artur Ferreira Coimbra, Daniel Bastos e Artur Magalhães Leite, e foi apresentado no fim-de-semana no salão nobre do Teatro-Cinema.
Para aquela docente universitária, a obra que tem o seu prefácio “é um importante contributo não apenas para a história do concelho de Fafe, mas para a história do final do século XIX e inícios do século XX, para a história da Primeira República e do Republicanismo em Portugal”.
A sessão, com sala lotada, começou com um momento musical, a cargo de dois jovens flautistas da Orquestra Juvenil da Banda de Revelhe.
O presidente do Núcleo de Artes e Letras, Artur Coimbra, também autor de diversos capítulos da obra, abriu o período de intervenções, contextualizando o surgimento de A Primeira República em Fafe, referindo que tudo começou há dois anos, quando, no âmbito das celebrações do Centenário da República, o Núcleo de Artes e Letras promoveu um Curso Livre de História Local, sob o tema “O concelho de Fafe durante a Primeira República (1910-1926)”, em sete módulos.
A acção decorreu em Outubro e Novembro de 2010 com apreciável adesão do público interessado e teve como propósito proporcionar ao público em geral um melhor conhecimento sobre um período histórico fundamental na afirmação e desenvolvimento do concelho de Fafe.
A obra agora apresentada tem como ponto de partida a matéria apresentada naquele curso, embora o ultrapasse. Começando com a contextualização do período histórico de 1910 a 1926, são abordados temas como As raízes republicanas no concelho de Fafe, Fafe em 1910 – Breve retrato, A Proclamação da República em Fafe, Momentos e legado da I República, O governo local (1910-1926), A contra-revolução monárquica em Fafe 1911-1919 (das incursões couceiristas à Monarquia do Norte), O concelho, Ensino e escolas na I República, O associativismo na I República, O jornalismo na I República, Figuras referenciais da I República em Fafe, As ruas da República e Imagens da I República em Fafe.
Segundo o autor e organizador da obra, “não pretendendo esgotar a história daqueles tempos, já que muito fica ainda por dizer, ficam as linhas gerais do impacto que teve aquele fracturante período histórico do Portugal Contemporâneo neste município, numa investigação que teve como socorro privilegiado o fundo do Arquivo Municipal e a imprensa periódica local”.
Também Daniel Bastos e Artur Leite usaram da palavra para apresentarem as matérias que escreveram para a obra.






Maria Alice Samara fechou as intervenções, referindo que “é preciso olhar a República e o republicanismo para além de Lisboa”, acrescentando que, apesar da centralidade da capital dos acontecimentos, “tal não implica que se deva obliterar a dinâmica do resto do país”.
Para a investigadora, o livro agora publicado é de extrema importância, já que analisa o concelho de Fafe, articulando sempre a escala local com o nível nacional. “Dá a conhecer a História do período em análise, nas suas principais conjunturas e problemas, bem como as dinâmicas próprias do concelho, a par da publicação de documentos e imagens surpreendentes e de grande importância, o que permite ao leitor uma ‘viagem’ ao passado, à história, à memória e ao património, até ao Portugal de início do século XX, a uma época fundamental para a compreensão da contemporaneidade” – sublinha Alice Samara, que conclui: “esta obra contribui em muito para a ilustração de todos os que se interessam ou trabalham sobre este período da História de Portugal”.

Fotos: Manuel Meira Correia

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Mega-exposição de Pompeu de 13 de Outubro a 16 de Novembro em Fafe

O artista fafense Orlando Pompeu abre este sábado à tarde, 13 de outubro, na sua cidade natal, uma mega-exposição de pintura sob o título genérico "Pré-Textos In-Conscientes". São mais de cinquenta obras, a maior parte delas desconhecidas do público fafense, e que representam a evolução mais recente do mais consagrado pintor deste concelho, com obra espalhada pelo mundo.
A partir das 16h00, abre na Casa Municipal de Cultura um núcleo expositivo de pinturas concetuais. Segue-se a inauguração de uma mostra de pinturas gestuais na Biblioteca Municipal e finalmente, o terceiro núcleo expositivo, no Salão Nobre do Cinema-Teatro, com cerca de duas dezenas de pinturas concetuais.
Nos diversos locais expositivos, haverá animação musical pela Academia de Música José Atalaya.
A mega-exposição vai manter-se patente, de segunda-feira a sábado, até 16 de novembro.
 Orlando Pompeu nasceu a 24 de maio de 1956, na freguesia de Cepães – Fafe. Estudou desenho, pintura e escultura em Barcelona, Porto e Paris. Nos anos 90 progrediu no seu percurso artístico ao ir trabalhar para os Estados Unidos da América, primeiramente, e depois, Japão. A sua obra consta em várias colecções particulares e oficiais em Portugal, Espanha, França, Inglaterra, Brasil, Estados Unidos da América, Japão e Dubai.
O artista é detentor de uma carreira de trinta anos bem como um currículo nacional e internacional ímpar...
Para mais informações, visite a página electrónica do autor: www.orlandopompeu.com.
A partir de sábado, Pompeu estará com três exposições em simultâneo, com um total de mais de cerca de centena e meia de obras.
Até 3 de novembro, continua com a exposição “Pré-Textos Concetuais” na Galeria Quadras Soltas, na Rua Miguel Bombarda, no Porto.
Entretanto, até 28 de outubro, tem patente a exposição Pinturas gestuais”, na Galeria Trisquele e Medúlio, em Tui (Espanha).

Portfólio (fotos de Manuel Meira Correia):















A Primeira República em Fafe: Obra de investigação a apresentar esta sexta-feira à noite


A Primeira República em Fafe – Elementos para a sua história é uma obra de investigação histórica que vai ser apresentada esta sexta-feira, 12 de Outubro, no salão nobre do Teatro-Cinema de Fafe, a partir das 21h30. A entrada é livre.
São seus autores os historiadores fafenses Artur Ferreira Coimbra, Daniel Bastos e Artur Magalhães Leite.
A obra tem prefácio de Maria Alice Samara, investigadora do Instituto de História Contemporânea da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, que estará presente na sessão de lançamento.
A edição é do Núcleo de Artes e Letras de Fafe e conta com o apoio do Município de Fafe e da Junta de Freguesia de Fafe.
A obra surge como corolário do Curso Livre de História Local, sob o tema O concelho de Fafe durante a Primeira República (1910-1926)”, promovido pelo Núcleo de Artes e Letras de Fafe, há dois anos, no âmbito das celebrações do Centenário da República.
A acção decorreu entre 07 de Outubro e 18 de Novembro de 2010 e teve como propósito proporcionar ao público em geral um melhor conhecimento sobre um período histórico fundamental na afirmação e desenvolvimento do concelho de Fafe. Durante sete semanas, mais de meia centena de pessoas acompanhou as sessões.
A obra assume como ponto de partida a matéria apresentada ao longo daquele curso, naturalmente mais organizada, aprofundada e dotada de uma coerência que a oralidade não permite, acrescentada com dois ou três temas que enriquecem e diversificam o conteúdo.
Do índice, além do prefácio, podem referir-se os seguintes capítulos (e respectivos autores):

A I República Portuguesa (1910-1926) – Uma “nova versão” do Liberalismo – Artur Coimbra
As raízes republicanas no concelho de Fafe – Daniel Bastos
Fafe em 1910 – Breve retrato – Artur Coimbra
A Proclamação da República em Fafe – Artur Coimbra
Momentos e legado da I República em Fafe – Artur Coimbra
O governo local (1910-1926) – Artur Coimbra
A contra-revolução monárquica em Fafe 1911-1919 (Das incursões couceiristas à Monarquia do Norte) – Artur Coimbra
O concelho de Fafe durante a I Grande Guerra Mundial – Daniel Bastos
As mulheres da I República em Fafe – Daniel Bastos
Ensino e escolas na I República, em Fafe – Artur Magalhães Leite
O associativismo na I República – Artur Coimbra
O jornalismo na I República – Artur Coimbra
Figuras referenciais da I República em Fafe – Artur Coimbra
As ruas da República – Artur Coimbra
Imagens da I República

Não pretendendo esgotar a história daqueles tempos, já que muito fica ainda por dizer, ficam as linhas gerais do impacto que teve aquele fracturante período histórico do Portugal Contemporâneo neste município minhoto, numa investigação que teve como socorro privilegiado o fundo do Arquivo Municipal e a imprensa periódica local.
Fafe era um município essencialmente rural, com uma economia baseada na agricultura e na pecuária, com alguma indústria, com grande número de gente analfabeta e temente a Deus, como por todo o Norte. Um concelho em tudo idêntico a tantos onde a República custou a entrar e onde a reacção monárquica encontrou terreno fértil e fácil, sobretudo por influência do clero, como se demonstra pelas incursões de Paiva Couceiro e pelas reacções à curta Monarquia do Norte, em Janeiro/Fevereiro de 1919.
De resto, ficaram algumas “marcas” deste período, na arquitectura e no urbanismo da cidade, na produção da energia eléctrica para abastecimento público, com a construção de uma das primeiras centrais hídricas da região (1914), na dinâmica cultural, com a edificação do mítico Teatro-Cinema de Fafe (1923), no associativismo, no jornalismo e em outras áreas, como se verifica nas páginas da obra.

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Professor Laurentino Monteiro homenageado pelo NALF

Rafael Leite incarnou Ruy Monte
O Núcleo de Artes e Letras de Fafe homenageou este sábado, 29 de Setembro, no Club Fafense, a figura do professor fafense Laurentino Alves Monteiro que, na sua obra literária e poética, assinou com o pseudónimo de Ruy Monte.
Trata-se de um autor que nasceu há 110 anos, exactamente em 24 de Julho de 1902, e que faleceu em 1986, com a idade de 84 anos. No ano do seu falecimento, foi incluído na toponímia de Fafe, Póvoa de Varzim e Vila Praia de Âncora, os locais onde escreveu primordialmente a sua vida e a sua obra.
A figura de Ruy Monte foi recriada pelo jovem actor Rafael Leite, do Teatro Vitrine, que foi o fio condutor da narrativa do espectáculo que levou ao Club Fafense várias dezenas de amigos e familiares do distinto professor do ensino secundário (particular) ao longo de 55 anos, leccionando nos Colégios do Carmo, em Penafiel, D. Nuno, na Póvoa de Varzim (durante 25 anos), de Belinho, em Esposende, Santa Rita (Caminha) e de Campos (Vila Nova de Cerveira).
Ao longo de mais de uma hora, foram pontuadas as várias facetas do ilustre fafense, como a actividade docente, a ligação à música e a diversos orfeões (de Fafe e de Vila Praia de Âncora) e a poesia, que foi uma das suas maiores paixões e que exerceu durante mais de meio século. Na poesia ressaltam os temas de todos os tempos: a mulher, o amor, a religião, a morte, os heróis pátrios, a terra, a gente anónima, o quotidiano. Mas também a crítica social, o humor, a caricatura. “Um poeta de imensa qualidade e de enormes recursos. Um clássico, pelos temas e pela forma, sobretudo o soneto” – como salientou Artur Coimbra, presidente da Direcção do Núcleo de Artes e Letras, que conduziu a tertúlia e que reuniu a belíssima obra poética de Ruy Monte e as suas saborosas crónicas dispersas por jornais e revistas dos locais onde viveu e trabalhou, publicadas em 2007 em dois volumes: um de poesia, outro de prosa.
Carlos Afonso, Acácio Almeida, João Castro e João Marques leram poemas de Ruy Monte.
Na prosa, o autor escreveu inúmeras crónicas intituladas “Figuras do Meu Tempo” e “Memórias de um Pobre Mestre”, sobretudo no extinto jornal Justiça de Fafe.
“Figuras do Meu Tempo” são textos que abordam, no essencial, episódios e sobretudo figuras de fafenses que viveram na década de 20 do século passado, afinal o período em que o escritor permaneceu na sua Vila natal, antes de partir para outras paragens. Aí se alude a figuras carismáticas da sociedade e da política fafenses da época, como José Summavielle Soares, Artur Vieira de Castro, Major Miguel Ferreira, Maximino de Matos, Albino Leite, Silvino Matos, maestro Leonardo, Oliveira Frade, Lusitana Ferreira de Melo, entre outras.
“Memórias de um Pobre Mestre”, por seu turno, incluem um conjunto de deliciosos textos que têm como substrato comum a vida docente do professor Laurentino Monteiro.
O deputado Laurentino Dias, sobrinho e afilhado de Laurentino Monteiro, agradeceu ao Núcleo de Artes e Letras mais esta homenagem ao seu familiar e aludiu a diversos episódios da vida do inesquecível professor, ressaltando a sua forte intervenção social na Póvoa de Varzim e no Alto Minho, onde fundou associações e pertenceu a diversas agremiações desportivas e culturais. Leu dois poemas de Ruy Monte e evidenciou que Laurentino Monteiro trabalhou muito na vida, comeu o pão que o diabo amassou e “foi das pessoas que não passaram na vida de forma indiferente”.
Também o decano Francisco Oliveira Alves ajuntou um testemunho do seu relacionamento com o homenageado.
No final, Artur Coimbra fez os agradecimentos a todos os intervenientes e reafirmou que o objectivo das tertúlias literárias é redescobrir alguns dos valores literários e culturais de Fafe, já desaparecidos (Ruy Monte, Soledade Summavielle, Manuel Ribeiro, Vaz Monteiro, Euclides Sotto Mayor, Inocêncio Carneiro de Sá, entre outros nomes da cultura fafense que importa desvendar).
A sessão foi iniciada e culminada com a actuação do Coral de Antime, sob a direcção artística de Aníbal Marinho e que interpretou diversos temas do cancioneiro tradicional, ligadas às actividades agrícolas e terminou com a interpretação o tema “Num só corpo e alma, irmãos”, com letra de Laurentino Monteiro.

* Próximas iniciativas do Núcleo de Artes e Letras de Fafe

O presidente da direcção aproveitou para falar de duas iniciativas próximas do Núcleo de Artes e Letras de Fafe.
Assim, na noite de 12 de Outubro, no Salão Nobre do Teatro-Cinema vai lançar o livro A Primeira República em Fafe – Elementos para a sua história, uma obra de quase 400 páginas que tem a assinatura dos historiadores Artur Ferreira Coimbra, Daniel Bastos e Artur Magalhães Leite e que será apresentada por Maria Alice Samara, investigadora do Instituto de História Contemporânea da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, que assina o prefácio.
Depois, aquela associação cultural vai promover uma oficina de escrita criativa dirigida ao público em geral e orientada pelo escritor Carlos Afonso, membro da direcção do Núcleo de Artes e Letras.
Começa com uma acção de motivação, em 19 de Outubro, na Sala Manoel de Oliveira, com poetas e escritores locais e prossegue com três sessões na Biblioteca Municipal, nas manhãs dos sábados 3, 10 e 17 de Novembro.
É uma acção para despertar o gosto pela escrita e para aperfeiçoar as técnicas e os modos de melhor escrever, um conto ou um poema.
As inscrições serão abertas no mês de Outubro para quem pretenda participar.

Reportagem fotográfica de Manuel Meira Correia