domingo, 23 de dezembro de 2012

Natal de 2012 - Poemas de José Salgado Leite


 
I

Levam-nos tudo! Humor, sonho, alegria,

Esperança, lisura, bem-estar,

Emprego, habitação, carro, energia,

Reforma, pensão, sustento do lar!

 

Uns sofrem, outros tiram mais-valia

Das privações impostas sem parar

Em ambiente de selvajaria

Onde é o capital sempre a ganhar!

 

E não há meio-termo. Ou tudo ou nada!

Custe o que custar! Esta machadada

Sobre o povo, cravada com veneno,

 

Mantém os governantes convencidos

De que já só uns quantos atrevidos

Reclamam o popular Nazareno!

 

II

Pedra a pedra, desmorona a muralha

Construída com dor, sangue e trabalho,

Muitas vezes no fio da navalha,

Mas sempre ao persistente som do malho.

 

Uma escória oposta aos da minha igualha

Vem reduzindo tudo a miuçalho,

Em atitude louca, de canalha,

E num constante apelo ao reviralho!

 

Pretendem refundar o seu império!

E fazem-no, cavando muito a sério

A sepultura do acordo social.

 

Estão obstinados na vingança

De tudo quanto têm na lembrança…

Até mesmo o conforto de Natal!

 
Dois poemas (sonetos) do nosso amigo e associado José Salgado Leite, expressamente para o Natal de 2012.
Aproveitamos para desejar a todos os nossos estimados associados e leitores votos de um Santo e Feliz Natal!

Boas Festas para todos!

domingo, 16 de dezembro de 2012

POMPEU MARTINS APRESENTOU ROMANCE "FICAR"


 
Na quinta-feira à noite, 13 de Dezembro, foi a apresentado o mais recente romance de Pompeu Miguel Martins, “Ficar”, que lotou por completo a Biblioteca Municipal de amigos e admiradores, não apenas de Fafe mas de Braga e até de Viseu.
A sessão arrancou com a palavra do Presidente do Município, José Ribeiro, que se congratulou com a dinâmica literária e artística da cidade, com a existência de escritores, poetas e artistas em bom número, o que não acontecia há anos. Elogiou o percurso de Pompeu, a sua amizade de longa data e a importância que tem enquanto criador literário.
Também João Pinto felicitou o autor Pompeu Martins e considerou o seu novo livro de grande importância para a literatura, não apenas local mas nacional.
Na verdade, como foi sublinhado na sessão, a editora Labirinto começa a ser cada vez menos de Fafe e mais do país, o que só pode orgulhar os fafenses atentos a estas coisas.
Pompeu resolveu fazer uma apresentação diferente do habitual. Para isso, convocou os poetas que começaram por marcá-lo: Matilde Rosa Araújo (é desta autora o primeiro poema que Pompeu leu na infância), Florbela e José Gomes Ferreira, o poeta-militante.
Pompeu abordou a ambiência criativa, fazendo apelo, através de imagens seleccionadas e da música excelente do Nelson Quinhones, aos autores, aos poemas, às músicas, aos filmes, às obras artísticas que marcaram o seu percurso criativo. Por elas passaram também Leo Ferré, os cantores da resistência, excertos de obras cinematográficas.
“Ficar” começou a ser escrito em Agosto de 2008, em Madrid, na ressaca da morte do pai. Segundo o autor, acaba por ser “um ajuste de contas com o tempo”, na tentativa de “salvar o passado e escrever para além de nós”. Partindo de histórias reais, próprias ou de pessoas das suas relações, a obra fixa o melhor das narrativas, através de um mesmo personagem que se desdobra em três (o velho, o adulto, a criança), que, no fundo, vão gerindo positivamente as diversas perdas ao longo da vida. Também ali se fala de Deus e do seu contraponto, o demónio.
Pompeu gostaria que o seu livro fosse um pouco um “manifesto a favor do envelhecimento activo” e contra a “mentira do tempo”. “Ficar” é também um exercício em torno da liberdade interior e sobretudo de um “olhar humano” sobre as coisas e os dias.
Uma obra a ler, com todo o prazer!
Fotos: Manuel Meira Correia





 

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

BENEDITA STINGL EDITA 23ª OBRA, O LIVRO DE POEMAS “ENTRE LINHAS”


 
Chama-se Entre Linhas a mais recente obra da poetisa fafense e nossa associada Benedita Stingl, radicada há anos na Póvoa de Varzim.
Este é um livro (o 23º da sua produção de pouco mais de uma década) diferente, diríamos familiar, já que reúne na sua factura 4 pessoas e 8 mãos. Ou seja, Benedita poetou as linhas desenhadas pelo seu filho Luis Henrique Stingl e pelo marido Luis Ramos Pereira. A mãe, Maria José Andrade, traduziu o “significado do texto” para francês.
Trata-se de um livro onde brota a sensibilidade poética da autora, numa linguagem cada vez mais depurada e sedutora, usando os artifícios literários de forma ajustada. Por isso, nas suas páginas breves brotam metáforas, comparações e figuras de estilo que tornam a linguagem corrente fonte de sensações que nos transportam para universos poéticos.
Deixamos os leitores com o prefácio de Benedita Stingl, de belíssimo labor literário:

É quando o tempo pára que o olhar consegue fazer-se ouvir.
Busca a forma, a cor, a melodia primeira ou a última.
Surgem linhas que se cruzam, percorrendo palmas de mãos,
entre o fim e o princípio. E o infinito por inventar.
Apetecem os mares, os pássaros, as folhas que o vento devolve.
E os corpos. Em desassossego ou sossego encontrado.
Apetecem as vésperas dos instantes, os labirintos desaguando cada
vez mais próximos da voz. E os gestos. Aqueles que se entregam
e se deixam ficar para sempre.

 

domingo, 18 de novembro de 2012

Apresentação da obra “Ruas de Fafe”: fotografias!

Na noite de sexta-feira, 16 de Novembro, realizou-se na Biblioteca Municipal de Fafe o lançamento da obra As Ruas de Fafe: História e Toponímia, do nosso associado e distinto investigador Artur Magalhães Leite.
O editor da Labirinto, João Artur Pinto, que tem uma obra notável ao nível da publicação de autores, sobretudo locais, abriu a sessão e falou do projecto da obra em apreço.
Mónica Guimarães aludiu depois ao seu contacto com o trabalho de investigação de Artur Leite, falou da obra e da toponímia fafense, aprofundando alguns aspectos do prefácio que escreveu para o livro.
O autor, para além dos habituais agradecimentos, abordou a temática da obra e dissecou o historial de grande parte das ruas de Fafe.
Por fim, o vice-presidente da Câmara, Antero Barbosa, em representação da autarquia, deu os parabéns ao autor e congratulou-se com o enriquecimento cultural do concelho, através de uma nova obra de investigação de um autor local.
As Ruas de Fafe: História e Toponímia, que resulta de uma investigação aturada do associado e amigo Artur Leite, é um enorme e excelente contributo para um melhor conhecimento da história de Fafe, através da evolução da designação das suas ruas.
Está de parabéns, sem qualquer dúvida, e Fafe fica a dever-lhe mais esta obra de relevante interesse para a cultura local!

Fotos: Manuel Meira Correia
 





terça-feira, 13 de novembro de 2012

“As Ruas de Fafe: História e Toponímia” - Artur Magalhães Leite apresenta nova obra

O escritor fafense e associado do Núcleo de Artes e Letras Artur Magalhães Leite apresenta a sua mais recente obra As Ruas de Fafe: História e Toponímia, esta sexta-feira, 16 de Novembro, pelas 21h30, na Biblioteca Municipal de Fafe. A entrada é livre.
A apresentação da obra está a cargo de Mónica Guimarães, que assina o prefácio.
Esta é a obra mais recente de Artur Magalhães Leite (n. 1948), que assinou também um capítulo da obra A Primeira República em Fafe – Elementos para a sua história, editada pelo Núcleo de Artes e Letras de Fafe, há um mês.
Transcrevemos de seguida a nota introdutória do livro:
O estímulo que me levou a recolher dados históricos sobre as ruas de Fafe liga-se ao meu desconhecimento sobre a evolução toponímica da cidade. Embora possa parecer uma banalidade aos olhos de leitores menos atentos à profundidade deste trabalho, trata-se de um grande esforço no campo da pesquisa, no número de horas aplicadas nas recolhas, na selecção e no tratamento do material pesquisado e recolhido.
Outras justificações que abonam o presente trabalho, são as múltiplas aplicações, e os inúmeros ensinamentos que esta recolha pode ter para os leitores. Vai facilitar a localização das ruas, mostrar a importância e o valor dos seus patronos, alertar para a evolução onomástica ocorrida com o passar dos anos, e percebermos a animosidade vivida na passagem para o regime político seguinte. No conjunto pode-se conhecer uma parte da história local e nacional, dos lugares, da geografia fafense e identificar artérias desconhecidas ou mal localizadas.
Sabendo que no ano de 1705, além do centro, pouco mais tínhamos do que a Rua de Cima e Rua de Baixo, podemos concluir que Fafe era uma vila muito insignificante em termos de dimensão urbana. Assistimos desde então a uma evolução lenta mas sempre crescente.
A grande maioria das artérias que constam deste trabalho narra a sequência dos regimes políticos que governaram Portugal, outras afirmam a presença dos brasileiros de torna-viagem e evidenciam o seu contributo operado nas benfeitorias locais. Inúmeras ruas assinalam nomes de países um pouco por toda a Europa e até fora dela. É por isso que encontramos uma zona onde predominam nomes de países da União Europeia. Outras áreas mostram-nos o nome dos mais representativos escritores portugueses; outras ostentam nomes dos novos países de expressão portuguesa; algumas exibem o nome de presidentes da república, de ilustres fafenses, de nome de santos etc.
A população local foi pondo o nome à sua rua, à medida que a urbe crescia. Preferiu nomes de santos ou de personagens de relevo daquele bairro ou rua. Mais tarde, a edilidade completou o serviço quando a proliferação das artérias se verificou.
Umas receberam o nome dos seus patronos para não mais os perderem, pela grandeza do significado para esta terra; porém, a diversas ruas foi-lhes alterado o topónimo primitivo consoante o valor atribuído à nova situação.
Os espaços mais desejados para se proceder à consagração do novo regime político foram a Avenida 5 de Outubro, a Praça 25 de Abril, a Rua Humberto Delgado, a Rua João XXIII, e a Praça da Resistência ao Fascismo. Cada vez que se evoluía para um novo regime político em Portugal, assistia-se a mudanças na designação de algumas artérias da vila ou cidade. Alguns desses câmbios prestam-se a alguma confusão.
A 16 de Abril de 1981, por proposta do Presidente da Câmara, constituiu-se uma comissão com o objectivo de estudar, escolher e coordenar o nome a atribuir às novas ruas, e sempre que possível, manter o mesmo tema em zonas específicas.
Critérios orientadores da nomenclatura das ruas
 
A Câmara solicitou letreiros em azulejos ao Automóvel Clube de Portugal, em Dezembro de 1912, para marcação das estradas da vila de Fafe, já que as povoações rurais não ofereciam interesse apreciável para o turismo. Mas faltava numerar as entradas das casas.
A primeira tentativa encontrada nas pesquisas para numerar a entrada das casas em Fafe data de uma deliberação da edilidade na sua reunião de 4 de Dezembro de 1913. A autarquia combinou com os caiadores o preço de $02,5 por cada número com um ou mais algarismos.
Muito mais tarde, na sessão camarária de 22 de Dezembro de 1976 a autarquia deliberou dotar todos os prédios da vila com números de polícia, isto é, mandou assinalar as entradas com um número, já que muitos careciam dessa identificação. Para isso constituiu uma comissão, a fim de diligenciar que todos os prédios de Fafe fossem assinalados com o número junto da entrada. Não foi muito eficaz.
Contudo, continuava também a não existir uma política concertada para atribuição do nome às ruas. De novo, a 18 de Janeiro de 1984, a Câmara constituiu uma comissão para proceder a uma “revisão da toponímia da vila”. Era composta pelos vereadores Dr. José Ribeiro, Dr. João Salvador e Padre Joaquim Soares.
De uma maneira geral, hoje as ruas estão devidamente identificadas com placas alusivas ao respectivo patrono, e convenientemente numeradas as respectivas habitações ou entrada de prédios. Algo mais se poderá fazer para melhor perceber quem foi o ilustre personagem que emprestou o seu nome a um local. Completar-se-ia a identificação do local subescrevendo o onomástico anterior, se o houver, referir o actual e/ou assinalar claramente a importância do nome escolhido como forma de ajudar a perceber o valor da escolha preferida.
Outra observação a ter em conta é a persistência que a comunidade fafense mantém na designação de certos lugares como Feira Velha, Rua de Baixo, Rua do Maia. Não tem adiantado atribuir novas designações. Estes nomes instalaram-se no consenso dos fafenses e teimam em que permaneça a tradição. As antigas nomeações incutem maior valor e significado à história de Fafe, e os naturais insistem em assinalar esses locais pela nomenclatura primitiva.
Opções na atribuição dos nomes às ruas e outros espaços
 
Deparámo-nos neste trabalho com mais de quinhentas e cinquenta entradas. Nestas identificámos cinquenta e seis entradas consagradas a nomes representativos de personagens locais. Todos contribuíram de alguma forma para o evoluir de Fafe: uns pela relevância profissional, outros pelo desempenho político fafense, muitos são beneméritos locais que contribuíram para a evolução histórica da cidade e do concelho. Como forma pública de reconhecimento dos seus préstimos, como se tratasse de um hino festivo, a edilidade honrou o seu nome nas artérias da cidade. Vejamos apenas uns poucos exemplos: Rua Monsenhor Vieira de Castro, Rua José Cardoso Vieira de Castro; Rua José Maciel; Rua António Saldanha, Praça Parcídio de Matos, Rua Manuel Ribeiro etc.
Também há vinte e quatro entradas com nomes de países ou regiões estrangeiras, tendo algumas pertencido ao nosso império ultramarino: Alemanha, Angola, Bélgica, Brasil, Cabo Verde, Damão, Dinamarca, Diu, França, Galiza, Goa, Guiné, Holanda, Inglaterra, Irlanda, Itália, Luxemburgo, Macau, Moçambique, Mónaco, Noruega, São Tomé e Príncipe, Suécia e Timor. São cerca de 4,3% do total das entradas neste trabalho.
Apenas existem duas ruas ornamentadas com nomes femininos: Amália Rodrigues e Florbela Espanca; todavia, existiram ainda noutros tempos mais duas: Maria Pia e Rosinha do Ferreiro. Predomina a onomástica da elite masculina.
Uma distinta família fafense destaca-se com seus sete patronímicos na nomenclatura urbana: Urbanização e Rua Engenheiro Armando Campos e Matos; Rua Dr. José Summavielle Soares: Travessa Dr. José Summavielle Soares; Rua Dr. Maximino de Matos; Praça Dr. Parcídio de Matos; Praça José Florêncio Soares, cerca de 1,5% do total das entradas que constam deste trabalho.
Outra curiosidade que encontrámos foi a sucessão de memórias atribuídas a nove entradas com datas históricas. Destas estão em vigor apenas cinco: – Parque 1º de Dezembro de 1640; Praceta 1º de Maio; Praça 25 de Abril; Rua 31 de Janeiro; Avenida 5 de Outubro. Todavia, caíram em desuso quatro: Largo 9 de Abril; Parque 14 de Maio; e Rua 8 de Dezembro, menos de 1% do total de entradas nesta obra.
Dedicadas a membros do clero somente está em vigor a Rua Monsenhor Vieira de Castro, e o Largo Cónego Leite de Araújo.
Finalmente existem na cidade de Fafe dezanove nomes de ruas escolhidos de entre os santos mais populares na hagiografia da igreja católica: 8 de Dezembro; Rua e Largo de Santo Ovídio; Avenida, Travessa, Monte, e Parque de São Jorge; Rua e Travessa de São Bento; Rua de Santa Eulália; Rua e Travessa de São Brás; Rua, Ponte e Calçada de São José; Rua de São Pedro; Senhora do Horto; Rua e Travessa dos Senhora dos Remédios, cerca de 3,5% do total das entradas.
Os interesses e paixões, as iras e afeiçoamentos políticos, o bairrismo e a devoção popular condicionaram a escolha do patrono a atribuir ao local, rua ou largo. Porém, há heróis não celebrados.
Houve ainda situações bizarras ao substituir-se o nome de um benemérito fafense por outro patrono que muito bem poderia ter sido atribuído uma artéria sem ter de se alterar a designação anterior: Rua do Maia passou a ser Rua António Sérgio; Rua Comendador Albino Guimarães tornou-se Rua Ferreira de Castro. Todavia, continua a haver grandes nomes fafenses não celebrados na toponímia da cidade.
Deparamo-nos com 51 ruas ligadas à vida política em Portugal e corresponde a cerca de 9% do total das entradas no estudo que aqui apresentamos.
Poucas foram as ruas a que se deu o nome do patrono com este ainda vivo. Encontrámos alguns casos que mostram a excepção à regra: Avenida Conde Paçô Vieira, Avenida José Luciano de Castro, Rua do Maia, Avenida General Carmona, Rua António Cândido, Rua Teófilo Braga e Praça Oliveira Salazar.

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Daniel Bastos no Rio de Janeiro: as fotos

Daniel Bastos apresentou, no passado dia 6 de Novembro, o seu livro “Santa Casa da Misericórdia de Fafe – 150 anos ao Serviço da Comunidade (1862 – 2012)”, na Fundação Casa de Rui Barbosa, no Rio de Janeiro.
Aqui ficam algumas imagens do evento, fornecidas pelo próprio.


quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Daniel Bastos apresenta o livro “Santa Casa da Misericórdia de Fafe – 150 anos ao Serviço da Comunidade” no Rio de Janeiro


O historiador Daniel Bastos

No próximo dia 6 de Novembro, o historiador Daniel Bastos - vice-presidente do Núcleo de Artes e Letras de Fafe - apresenta no Rio de Janeiro (Brasil), o livro “Santa Casa da Misericórdia de Fafe – 150 anos ao Serviço da Comunidade (1862 – 2012)”.
A apresentação do livro, integrada no evento comemorativo do Ano de Portugal no Brasil da Fundação Casa de Rui Barbosa, uma instituição pública federal, vinculada ao Ministério da Cultura que oferece um espaço reservado ao trabalho intelectual, à consulta de livros e documentos, e à preservação da memória nacional, decorrerá no auditório da instituição brasileira às 18h30, durante o encerramento de duas mesas – redondas, abertas à comunidade, que vão abordar a presença portuguesa nos acervos da Casa de Rui Barbosa, tendo como referência tanto o Museu Casa como os Arquivos, e a actuação das associações beneficentes Brasil – Portugal.
Capa da obra
Recorde-se que o livro do historiador Daniel Bastos, que assinala os 150 anos da Santa Casa da Misericórdia da Fafe (SCMF), actualmente uma das maiores instituições sociais do Norte do país, com centenas de utentes, de vários escalões etários, e mais de 200 funcionários, destaca a importância dos emigrantes, no Brasil, na criação e desenvolvimento, no séc. XIX, daquela instituição de solidariedade.O investigador recorda que a ideia partiu de um médico fafense, Miguel António Soares, que, por volta da 2.ª metade do séc. XIX, confrontado com as precárias condições de saúde da população local, pediu ajuda a um filho abastado, emigrado no Brasil.
Naquela época, residiam e trabalhavam no Rio de Janeiro dezenas de comerciantes oriundos de Fafe. Foram esses que, portadores de algumas fortunas pessoais, decidiram arranjar dinheiro para construir um hospital em Fafe, igual a outro que já existia naquela cidade brasileira.
Com os donativos oriundos do Brasil, o hospital viria a ser inaugurado em Março de 1863 com o propósito de assistir às populações mais pobres daquele concelho minhoto. Um ano antes, para gerir o equipamento, constituiu-se, com as elites locais, a irmandade da Santa Casa da Misericórdia.
Convite para a sessão
O livro “Santa Casa da Misericórdia de Fafe – 150 anos ao Serviço da Comunidade”, edição da instituição, com aproximadamente 350 páginas e prefácio de Maria Beatriz Rocha – Trindade, Professora Catedrática da Universidade Aberta, e Fundadora e Investigadora do Centro de Estudos das Migrações e das Relações Interculturais (CEMRI), e posfácio do investigador Artur Ferreira Coimbra, que culminou este ano o programa oficial de comemorações do 150º aniversário da organização, apresenta documentação que retrata aquele e os períodos subsequentes.
No ano de Portugal no Brasil, iniciativa marcada pela realização de um conjunto polifacetado de manifestações que procuram mostrar no Brasil a criatividade e o conhecimento portugueses nas artes, cultura e pensamento, na economia e inovação tecnológica, na ciência e investigação, a apresentação do livro “Santa Casa da Misericórdia de Fafe – 150 anos ao Serviço da Comunidade” na Fundação Casa de Rui Barbosa, antiga moradia do comendador Albino de Oliveira Guimarães, uma personagem influente na Comunidade Portuguesa oitocentista do Rio de Janeiro e um construtor da modernidade na cidade de Fafe, assinala o contributo estruturante da emigração brasileira na instituição, no concelho e no próprio fenómeno migratório português.
Casa Rui Barbosa, antiga moradia do nosso conterrâneo Comendador Albino de Oliveira Guimarães
 

 

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

BENEDITA STINGL APRESENTA ESTE SÁBADO O SEU 23º LIVRO


A escritora e poetisa fafense Benedita Stingl, associada do Núcleo de Artes e Letras de Fafe, vai lançar este sábado o seu 23º livro, conforme o convite que se publica.
De referir que o livro é ilustrado pelo filho da autora, Luís Henrique Stingl, sendo a quinta obra da mãe que este jovem de 10 anos ilustra, ele que é aluno do 5º ano da escola Flávio Gonçalves, na Póvoa de Varzim, onde a família reside.

MEGAEXPOSIÇÃO DO ARTISTA ORLANDO POMPEU ESTÁ PATENTE EM TRÊS ESPAÇOS DE FAFE ATÉ 16/11

O consagrado artista fafense e prestigiado associado deste Núcleo de Artes e  Letras Orlando Pompeu tem patente até 16 de Novembro, na cidade natal, uma mega-exposição de pintura sob o título genérico "Pré-Textos In-Conscientes". São mais de cinquenta obras, a maior parte delas desconhecidas do público fafense, e que representam a evolução histórica do mais consagrado pintor deste concelho, com obra espalhada pelo mundo.
A obra está exposta em três espaços expositivos distintos.
Na Casa Municipal de Cultura está patente um núcleo expositivo de pinturas conceptuais, enquanto na Biblioteca Municipal se encontra uma mostra de pinturas gestuais e finalmente, o terceiro núcleo, no Salão Nobre do Teatro-Cinema, com cerca de duas dezenas de pinturas conceptuais.
A cerimónia de inauguração ocorreu no passado dia 13, na Casa da Cultura, com a assistência de cerca de uma centena de pessoas, a maioria das quais exteriores ao concelho (Porto, Guimarães, Amarante, etc.) e algumas provenientes da vizinha Galiza. Em comum, o facto de serem amigas e admiradoras do “mestre” Orlando Pompeu.
Usou da palavra o próprio artista, que demonstrou a sua incontida satisfação pela inauguração da megaexposição, a maior algum dia realizada em Fafe e por tão expressiva presença de amigos. Agradeceu ainda todo o apoio que o actual presidente da Câmara, José Ribeiro, seu conterrâneo e amigo, lhe vem prodigalizando desde há três décadas, desde quando era vereador da cultura e altura em que a edilidade adquiriu duas obras “hiper-realistas” do artista, cujo produto lhe permitiu deslocar-se para Paris, onde aprendeu, viveu e expôs.
Por seu turno, o presidente José Ribeiro manifestou também o seu contentamento por tão eloquente exposição retrospectiva, de um artista cujo mérito se impôs no país e no estrangeiro. O autarca sublinhou que importa que Pompeu “regresse a Fafe”, para ser aqui tão conhecido e admirado, como é fora da cidade, referindo ainda que esta exposição, pelos convidados e admiradores que arrasta até Fafe, é também um factor de promoção do turismo cultural do concelho.
 
 
 
 
 
Orlando Pompeu nasceu a 24 de maio de 1956, na freguesia de Cepães – Fafe. Estudou desenho, pintura e escultura em Barcelona, Porto e Paris. Nos anos 90 progrediu no seu percurso artístico ao ir trabalhar para os Estados Unidos da América, primeiramente, e depois, Japão. A sua obra consta em várias colecções particulares e oficiais em Portugal, Espanha, França, Inglaterra, Brasil, Estados Unidos da América, Japão e Dubai.
O artista é detentor de uma carreira de trinta anos bem como um currículo nacional e internacional ímpar...
Para mais informações, visite a página electrónica do autor: www.orlandopompeu.com.
 
HORÁRIOS DA EXPOSIÇÃO
A megaexposição vai manter-se patente, de segunda-feira a sábado, até 16 de Novembro, nos seguintes horários:
 
Casa Municipal de Cultura: Segunda a sexta-feira – 9h00-12h30; 14h00-17h30. Sábados: 14h00-17h30.
Biblioteca Municipal: Segunda a sexta-feira – 9h00-17h30. Sábados: 10h00-13h00; 14h00-17h30.
Salão Nobre do Teatro-Cinema: Segunda-feira a sábado: 14h00-17h30.

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

NÚCLEO DE ARTES E LETRAS DE FAFE PROMOVE OFICINA DE ESCRITA CRIATIVA

O Núcleo de Artes e Letras de Fafe vai levar a efeito uma oficina de escrita criativa, dirigida ao público em geral e sob a epígrafe “Viajar pelas palavras”.
Para o dia 19 de Outubro, está prevista uma sessão de motivação, no âmbito de um sarau cultural a realizar na Sala Manoel de Oliveira, a partir das 21h00.
O evento começa com um momento musical, durante o qual intervém o Coro de Pais e Amigos da Academia de Música José Atalaya, sob a direcção do Prof. Tiago Ferreira e que inclui a actuação de Ana Catarina Costa (Flauta) e de Giosuè Di Vincenti (Pianista Acompanhador).
Depois, os criadores literários fafenses Pompeu Martins, Jorge Oliveira, Artur Coimbra, Augusto Lemos, José Rui Rocha, Carlos Afonso, Acácio Almeida, Conceição Carvalho e José Peixoto Lopes e a poetisa brasileira Carmen Cardin (que aproveita a oportunidade para apresentar o seu último livro, A Música das Estrelas) falam da sua experiência como escritores e da sua obra. O som melodioso de um piano acompanhará a leitura de alguns excertos narrativos e de poemas.
Seguem-se ainda duas pequenas encenações criativas, por alunos da Escola Secundária e dois momentos musicais, com um quarteto de saxofones (Eduardo Teixeira, Simão Silva, Pedro Marques e Alex Fernandes) e um duo de clarinetes (Filipa Daniela Leite e Tânia Carina Ferreira) da Escola de Música José Atalaya, que interligarão os vários oradores.
Entretanto, a oficina de escrita criativa decorre na Biblioteca Municipal de Fafe nos sábados 3, 10 e 17 de Novembro, entre as 10h00 e as 13h00, sob a orientação do Prof. Carlos Afonso.
São objectivos da acção desenvolver e aprofundar o gosto pela escrita como forma de expressão eminentemente humana, desenvolver, de forma lúdica, a expressão escrita, promover formas alternativas de expressão, desenvolver métodos e técnicas de planificação, produção e avaliação de diferentes tipos de texto, promover o gosto pela leitura como meio de enriquecimento pessoal, mas também como ferramenta de trabalho, descobrir e valorizar o gosto e o talento para a escrita.