quarta-feira, 21 de novembro de 2012

BENEDITA STINGL EDITA 23ª OBRA, O LIVRO DE POEMAS “ENTRE LINHAS”


 
Chama-se Entre Linhas a mais recente obra da poetisa fafense e nossa associada Benedita Stingl, radicada há anos na Póvoa de Varzim.
Este é um livro (o 23º da sua produção de pouco mais de uma década) diferente, diríamos familiar, já que reúne na sua factura 4 pessoas e 8 mãos. Ou seja, Benedita poetou as linhas desenhadas pelo seu filho Luis Henrique Stingl e pelo marido Luis Ramos Pereira. A mãe, Maria José Andrade, traduziu o “significado do texto” para francês.
Trata-se de um livro onde brota a sensibilidade poética da autora, numa linguagem cada vez mais depurada e sedutora, usando os artifícios literários de forma ajustada. Por isso, nas suas páginas breves brotam metáforas, comparações e figuras de estilo que tornam a linguagem corrente fonte de sensações que nos transportam para universos poéticos.
Deixamos os leitores com o prefácio de Benedita Stingl, de belíssimo labor literário:

É quando o tempo pára que o olhar consegue fazer-se ouvir.
Busca a forma, a cor, a melodia primeira ou a última.
Surgem linhas que se cruzam, percorrendo palmas de mãos,
entre o fim e o princípio. E o infinito por inventar.
Apetecem os mares, os pássaros, as folhas que o vento devolve.
E os corpos. Em desassossego ou sossego encontrado.
Apetecem as vésperas dos instantes, os labirintos desaguando cada
vez mais próximos da voz. E os gestos. Aqueles que se entregam
e se deixam ficar para sempre.

 

domingo, 18 de novembro de 2012

Apresentação da obra “Ruas de Fafe”: fotografias!

Na noite de sexta-feira, 16 de Novembro, realizou-se na Biblioteca Municipal de Fafe o lançamento da obra As Ruas de Fafe: História e Toponímia, do nosso associado e distinto investigador Artur Magalhães Leite.
O editor da Labirinto, João Artur Pinto, que tem uma obra notável ao nível da publicação de autores, sobretudo locais, abriu a sessão e falou do projecto da obra em apreço.
Mónica Guimarães aludiu depois ao seu contacto com o trabalho de investigação de Artur Leite, falou da obra e da toponímia fafense, aprofundando alguns aspectos do prefácio que escreveu para o livro.
O autor, para além dos habituais agradecimentos, abordou a temática da obra e dissecou o historial de grande parte das ruas de Fafe.
Por fim, o vice-presidente da Câmara, Antero Barbosa, em representação da autarquia, deu os parabéns ao autor e congratulou-se com o enriquecimento cultural do concelho, através de uma nova obra de investigação de um autor local.
As Ruas de Fafe: História e Toponímia, que resulta de uma investigação aturada do associado e amigo Artur Leite, é um enorme e excelente contributo para um melhor conhecimento da história de Fafe, através da evolução da designação das suas ruas.
Está de parabéns, sem qualquer dúvida, e Fafe fica a dever-lhe mais esta obra de relevante interesse para a cultura local!

Fotos: Manuel Meira Correia
 





terça-feira, 13 de novembro de 2012

“As Ruas de Fafe: História e Toponímia” - Artur Magalhães Leite apresenta nova obra

O escritor fafense e associado do Núcleo de Artes e Letras Artur Magalhães Leite apresenta a sua mais recente obra As Ruas de Fafe: História e Toponímia, esta sexta-feira, 16 de Novembro, pelas 21h30, na Biblioteca Municipal de Fafe. A entrada é livre.
A apresentação da obra está a cargo de Mónica Guimarães, que assina o prefácio.
Esta é a obra mais recente de Artur Magalhães Leite (n. 1948), que assinou também um capítulo da obra A Primeira República em Fafe – Elementos para a sua história, editada pelo Núcleo de Artes e Letras de Fafe, há um mês.
Transcrevemos de seguida a nota introdutória do livro:
O estímulo que me levou a recolher dados históricos sobre as ruas de Fafe liga-se ao meu desconhecimento sobre a evolução toponímica da cidade. Embora possa parecer uma banalidade aos olhos de leitores menos atentos à profundidade deste trabalho, trata-se de um grande esforço no campo da pesquisa, no número de horas aplicadas nas recolhas, na selecção e no tratamento do material pesquisado e recolhido.
Outras justificações que abonam o presente trabalho, são as múltiplas aplicações, e os inúmeros ensinamentos que esta recolha pode ter para os leitores. Vai facilitar a localização das ruas, mostrar a importância e o valor dos seus patronos, alertar para a evolução onomástica ocorrida com o passar dos anos, e percebermos a animosidade vivida na passagem para o regime político seguinte. No conjunto pode-se conhecer uma parte da história local e nacional, dos lugares, da geografia fafense e identificar artérias desconhecidas ou mal localizadas.
Sabendo que no ano de 1705, além do centro, pouco mais tínhamos do que a Rua de Cima e Rua de Baixo, podemos concluir que Fafe era uma vila muito insignificante em termos de dimensão urbana. Assistimos desde então a uma evolução lenta mas sempre crescente.
A grande maioria das artérias que constam deste trabalho narra a sequência dos regimes políticos que governaram Portugal, outras afirmam a presença dos brasileiros de torna-viagem e evidenciam o seu contributo operado nas benfeitorias locais. Inúmeras ruas assinalam nomes de países um pouco por toda a Europa e até fora dela. É por isso que encontramos uma zona onde predominam nomes de países da União Europeia. Outras áreas mostram-nos o nome dos mais representativos escritores portugueses; outras ostentam nomes dos novos países de expressão portuguesa; algumas exibem o nome de presidentes da república, de ilustres fafenses, de nome de santos etc.
A população local foi pondo o nome à sua rua, à medida que a urbe crescia. Preferiu nomes de santos ou de personagens de relevo daquele bairro ou rua. Mais tarde, a edilidade completou o serviço quando a proliferação das artérias se verificou.
Umas receberam o nome dos seus patronos para não mais os perderem, pela grandeza do significado para esta terra; porém, a diversas ruas foi-lhes alterado o topónimo primitivo consoante o valor atribuído à nova situação.
Os espaços mais desejados para se proceder à consagração do novo regime político foram a Avenida 5 de Outubro, a Praça 25 de Abril, a Rua Humberto Delgado, a Rua João XXIII, e a Praça da Resistência ao Fascismo. Cada vez que se evoluía para um novo regime político em Portugal, assistia-se a mudanças na designação de algumas artérias da vila ou cidade. Alguns desses câmbios prestam-se a alguma confusão.
A 16 de Abril de 1981, por proposta do Presidente da Câmara, constituiu-se uma comissão com o objectivo de estudar, escolher e coordenar o nome a atribuir às novas ruas, e sempre que possível, manter o mesmo tema em zonas específicas.
Critérios orientadores da nomenclatura das ruas
 
A Câmara solicitou letreiros em azulejos ao Automóvel Clube de Portugal, em Dezembro de 1912, para marcação das estradas da vila de Fafe, já que as povoações rurais não ofereciam interesse apreciável para o turismo. Mas faltava numerar as entradas das casas.
A primeira tentativa encontrada nas pesquisas para numerar a entrada das casas em Fafe data de uma deliberação da edilidade na sua reunião de 4 de Dezembro de 1913. A autarquia combinou com os caiadores o preço de $02,5 por cada número com um ou mais algarismos.
Muito mais tarde, na sessão camarária de 22 de Dezembro de 1976 a autarquia deliberou dotar todos os prédios da vila com números de polícia, isto é, mandou assinalar as entradas com um número, já que muitos careciam dessa identificação. Para isso constituiu uma comissão, a fim de diligenciar que todos os prédios de Fafe fossem assinalados com o número junto da entrada. Não foi muito eficaz.
Contudo, continuava também a não existir uma política concertada para atribuição do nome às ruas. De novo, a 18 de Janeiro de 1984, a Câmara constituiu uma comissão para proceder a uma “revisão da toponímia da vila”. Era composta pelos vereadores Dr. José Ribeiro, Dr. João Salvador e Padre Joaquim Soares.
De uma maneira geral, hoje as ruas estão devidamente identificadas com placas alusivas ao respectivo patrono, e convenientemente numeradas as respectivas habitações ou entrada de prédios. Algo mais se poderá fazer para melhor perceber quem foi o ilustre personagem que emprestou o seu nome a um local. Completar-se-ia a identificação do local subescrevendo o onomástico anterior, se o houver, referir o actual e/ou assinalar claramente a importância do nome escolhido como forma de ajudar a perceber o valor da escolha preferida.
Outra observação a ter em conta é a persistência que a comunidade fafense mantém na designação de certos lugares como Feira Velha, Rua de Baixo, Rua do Maia. Não tem adiantado atribuir novas designações. Estes nomes instalaram-se no consenso dos fafenses e teimam em que permaneça a tradição. As antigas nomeações incutem maior valor e significado à história de Fafe, e os naturais insistem em assinalar esses locais pela nomenclatura primitiva.
Opções na atribuição dos nomes às ruas e outros espaços
 
Deparámo-nos neste trabalho com mais de quinhentas e cinquenta entradas. Nestas identificámos cinquenta e seis entradas consagradas a nomes representativos de personagens locais. Todos contribuíram de alguma forma para o evoluir de Fafe: uns pela relevância profissional, outros pelo desempenho político fafense, muitos são beneméritos locais que contribuíram para a evolução histórica da cidade e do concelho. Como forma pública de reconhecimento dos seus préstimos, como se tratasse de um hino festivo, a edilidade honrou o seu nome nas artérias da cidade. Vejamos apenas uns poucos exemplos: Rua Monsenhor Vieira de Castro, Rua José Cardoso Vieira de Castro; Rua José Maciel; Rua António Saldanha, Praça Parcídio de Matos, Rua Manuel Ribeiro etc.
Também há vinte e quatro entradas com nomes de países ou regiões estrangeiras, tendo algumas pertencido ao nosso império ultramarino: Alemanha, Angola, Bélgica, Brasil, Cabo Verde, Damão, Dinamarca, Diu, França, Galiza, Goa, Guiné, Holanda, Inglaterra, Irlanda, Itália, Luxemburgo, Macau, Moçambique, Mónaco, Noruega, São Tomé e Príncipe, Suécia e Timor. São cerca de 4,3% do total das entradas neste trabalho.
Apenas existem duas ruas ornamentadas com nomes femininos: Amália Rodrigues e Florbela Espanca; todavia, existiram ainda noutros tempos mais duas: Maria Pia e Rosinha do Ferreiro. Predomina a onomástica da elite masculina.
Uma distinta família fafense destaca-se com seus sete patronímicos na nomenclatura urbana: Urbanização e Rua Engenheiro Armando Campos e Matos; Rua Dr. José Summavielle Soares: Travessa Dr. José Summavielle Soares; Rua Dr. Maximino de Matos; Praça Dr. Parcídio de Matos; Praça José Florêncio Soares, cerca de 1,5% do total das entradas que constam deste trabalho.
Outra curiosidade que encontrámos foi a sucessão de memórias atribuídas a nove entradas com datas históricas. Destas estão em vigor apenas cinco: – Parque 1º de Dezembro de 1640; Praceta 1º de Maio; Praça 25 de Abril; Rua 31 de Janeiro; Avenida 5 de Outubro. Todavia, caíram em desuso quatro: Largo 9 de Abril; Parque 14 de Maio; e Rua 8 de Dezembro, menos de 1% do total de entradas nesta obra.
Dedicadas a membros do clero somente está em vigor a Rua Monsenhor Vieira de Castro, e o Largo Cónego Leite de Araújo.
Finalmente existem na cidade de Fafe dezanove nomes de ruas escolhidos de entre os santos mais populares na hagiografia da igreja católica: 8 de Dezembro; Rua e Largo de Santo Ovídio; Avenida, Travessa, Monte, e Parque de São Jorge; Rua e Travessa de São Bento; Rua de Santa Eulália; Rua e Travessa de São Brás; Rua, Ponte e Calçada de São José; Rua de São Pedro; Senhora do Horto; Rua e Travessa dos Senhora dos Remédios, cerca de 3,5% do total das entradas.
Os interesses e paixões, as iras e afeiçoamentos políticos, o bairrismo e a devoção popular condicionaram a escolha do patrono a atribuir ao local, rua ou largo. Porém, há heróis não celebrados.
Houve ainda situações bizarras ao substituir-se o nome de um benemérito fafense por outro patrono que muito bem poderia ter sido atribuído uma artéria sem ter de se alterar a designação anterior: Rua do Maia passou a ser Rua António Sérgio; Rua Comendador Albino Guimarães tornou-se Rua Ferreira de Castro. Todavia, continua a haver grandes nomes fafenses não celebrados na toponímia da cidade.
Deparamo-nos com 51 ruas ligadas à vida política em Portugal e corresponde a cerca de 9% do total das entradas no estudo que aqui apresentamos.
Poucas foram as ruas a que se deu o nome do patrono com este ainda vivo. Encontrámos alguns casos que mostram a excepção à regra: Avenida Conde Paçô Vieira, Avenida José Luciano de Castro, Rua do Maia, Avenida General Carmona, Rua António Cândido, Rua Teófilo Braga e Praça Oliveira Salazar.

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Daniel Bastos no Rio de Janeiro: as fotos

Daniel Bastos apresentou, no passado dia 6 de Novembro, o seu livro “Santa Casa da Misericórdia de Fafe – 150 anos ao Serviço da Comunidade (1862 – 2012)”, na Fundação Casa de Rui Barbosa, no Rio de Janeiro.
Aqui ficam algumas imagens do evento, fornecidas pelo próprio.


quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Daniel Bastos apresenta o livro “Santa Casa da Misericórdia de Fafe – 150 anos ao Serviço da Comunidade” no Rio de Janeiro


O historiador Daniel Bastos

No próximo dia 6 de Novembro, o historiador Daniel Bastos - vice-presidente do Núcleo de Artes e Letras de Fafe - apresenta no Rio de Janeiro (Brasil), o livro “Santa Casa da Misericórdia de Fafe – 150 anos ao Serviço da Comunidade (1862 – 2012)”.
A apresentação do livro, integrada no evento comemorativo do Ano de Portugal no Brasil da Fundação Casa de Rui Barbosa, uma instituição pública federal, vinculada ao Ministério da Cultura que oferece um espaço reservado ao trabalho intelectual, à consulta de livros e documentos, e à preservação da memória nacional, decorrerá no auditório da instituição brasileira às 18h30, durante o encerramento de duas mesas – redondas, abertas à comunidade, que vão abordar a presença portuguesa nos acervos da Casa de Rui Barbosa, tendo como referência tanto o Museu Casa como os Arquivos, e a actuação das associações beneficentes Brasil – Portugal.
Capa da obra
Recorde-se que o livro do historiador Daniel Bastos, que assinala os 150 anos da Santa Casa da Misericórdia da Fafe (SCMF), actualmente uma das maiores instituições sociais do Norte do país, com centenas de utentes, de vários escalões etários, e mais de 200 funcionários, destaca a importância dos emigrantes, no Brasil, na criação e desenvolvimento, no séc. XIX, daquela instituição de solidariedade.O investigador recorda que a ideia partiu de um médico fafense, Miguel António Soares, que, por volta da 2.ª metade do séc. XIX, confrontado com as precárias condições de saúde da população local, pediu ajuda a um filho abastado, emigrado no Brasil.
Naquela época, residiam e trabalhavam no Rio de Janeiro dezenas de comerciantes oriundos de Fafe. Foram esses que, portadores de algumas fortunas pessoais, decidiram arranjar dinheiro para construir um hospital em Fafe, igual a outro que já existia naquela cidade brasileira.
Com os donativos oriundos do Brasil, o hospital viria a ser inaugurado em Março de 1863 com o propósito de assistir às populações mais pobres daquele concelho minhoto. Um ano antes, para gerir o equipamento, constituiu-se, com as elites locais, a irmandade da Santa Casa da Misericórdia.
Convite para a sessão
O livro “Santa Casa da Misericórdia de Fafe – 150 anos ao Serviço da Comunidade”, edição da instituição, com aproximadamente 350 páginas e prefácio de Maria Beatriz Rocha – Trindade, Professora Catedrática da Universidade Aberta, e Fundadora e Investigadora do Centro de Estudos das Migrações e das Relações Interculturais (CEMRI), e posfácio do investigador Artur Ferreira Coimbra, que culminou este ano o programa oficial de comemorações do 150º aniversário da organização, apresenta documentação que retrata aquele e os períodos subsequentes.
No ano de Portugal no Brasil, iniciativa marcada pela realização de um conjunto polifacetado de manifestações que procuram mostrar no Brasil a criatividade e o conhecimento portugueses nas artes, cultura e pensamento, na economia e inovação tecnológica, na ciência e investigação, a apresentação do livro “Santa Casa da Misericórdia de Fafe – 150 anos ao Serviço da Comunidade” na Fundação Casa de Rui Barbosa, antiga moradia do comendador Albino de Oliveira Guimarães, uma personagem influente na Comunidade Portuguesa oitocentista do Rio de Janeiro e um construtor da modernidade na cidade de Fafe, assinala o contributo estruturante da emigração brasileira na instituição, no concelho e no próprio fenómeno migratório português.
Casa Rui Barbosa, antiga moradia do nosso conterrâneo Comendador Albino de Oliveira Guimarães