quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

“Senhora-à-Vila. Quatro Séculos de Fé e Tradição Cultural”: livro reeditado de Artur Magalhães Leite

O nosso associado Artur Magalhães Leite viu há pouco reeditado o seu excelente livro O Culto à Senhora da Lapinha – Perspectiva Histórica e Etnográfica (2007), em publicação patrocinada pela Fundação Cidade de Guimarães, no âmbito do Capital Europeia da Cultura.
A obra ostenta agora a designação Senhora-à-Vila. Quatro Séculos de Fé e Tradição Cultural e o subtítulo “Contributo histórico e etnográfico para o procedimento de inscrição do Clamor da Lapinha como PCI (Património Cultural Imaterial) no sistema de informação MatrizPCI”.
A anterior presidente da Fundação Cidade de Guimarães, Cristina Azevedo, escreveu um breve mas suculento “prefácio para a 2ª edição” em que se espraia pela conceptualização da cultura e do património, sobretudo imaterial, considerado este “concepção nova da sociedade actual”, sublinhando “o direito à identidade de cada comunidade, às práticas sociais ancestrais que exprimem a diferença”. Estamos na ordem do simbólico, do intangível, na qual se insere a Ronda da Lapinha.
Cristina Azevedo integra a obra de Artur Leite como “uma peça decisiva para o reconhecimento público deste património singular”, que é de Guimarães e de Portugal.
Repete-se o prefácio da primeira edição, da autoria do Pároco de Calvos e Reitor do Santuário, Joaquim Martins Oliveira, e publica-se uma declaração da Fundação Cidade de Guimarães de apoio à candidatura a Património Cultural Imaterial de Portugal do Clamor, “popularmente conhecido como a Senhora-à-Vila ou Ronda da Lapinha”, que tem lugar todos os anos no terceiro domingo de Junho, entre a Lapinha e a Igreja de Nossa Senhora da Oliveira, em Guimarães. Várias freguesias de Fafe comungam a importância dessa romaria, participando nela as respectivas populações, ao longo dos anos.
É uma tradição de cerca de quatro séculos a que Artur Leite trata, com evidente mestria e profunda investigação em bibliotecas da região e arquivos de Guimarães, Braga e Porto, além da pesquisa aturada na imprensa regional (até no Desforço, de Fafe) e nacional.
Em 162 páginas, o autor trata da origem e expansão do Culto à Senhora da lapinha, “protectora dos agricultores”; aborda as fontes e documentação da confraria que enriquecem a história da Lapinha; fala das capelas, hino e novenas em honra da Senhora da Lapinha; detém-se sobre as procissões da Lapinha e, mais especificamente, disserta sobre a Confraria, os romeiros e os beneméritos de Nossa Senhora da Lapinha.
As maiores felicitações para o nosso confrade por esta excelente obra, de cariz monográfico, que enriquece a sua bibliografia e honra a sua terra natal.

O autor: Artur Magalhães Leite  (1948), natural da freguesia de Fareja e residente na cidade, viveu em Calvos, concelho de Guimarães, durante alguns anos. Daí a ligação à Lapinha.
É professor de História e Geografia de Portugal, e de Língua Portuguesa, na EB2,3 Montelongo, em Fafe.
É autor das obras O Ensino em Fafe, 1750-1974, O Culto à Senhora da Lapinha, Calvo ao Longo da História e Fafe em Datas.

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