domingo, 23 de dezembro de 2012

Natal de 2012 - Poemas de José Salgado Leite


 
I

Levam-nos tudo! Humor, sonho, alegria,

Esperança, lisura, bem-estar,

Emprego, habitação, carro, energia,

Reforma, pensão, sustento do lar!

 

Uns sofrem, outros tiram mais-valia

Das privações impostas sem parar

Em ambiente de selvajaria

Onde é o capital sempre a ganhar!

 

E não há meio-termo. Ou tudo ou nada!

Custe o que custar! Esta machadada

Sobre o povo, cravada com veneno,

 

Mantém os governantes convencidos

De que já só uns quantos atrevidos

Reclamam o popular Nazareno!

 

II

Pedra a pedra, desmorona a muralha

Construída com dor, sangue e trabalho,

Muitas vezes no fio da navalha,

Mas sempre ao persistente som do malho.

 

Uma escória oposta aos da minha igualha

Vem reduzindo tudo a miuçalho,

Em atitude louca, de canalha,

E num constante apelo ao reviralho!

 

Pretendem refundar o seu império!

E fazem-no, cavando muito a sério

A sepultura do acordo social.

 

Estão obstinados na vingança

De tudo quanto têm na lembrança…

Até mesmo o conforto de Natal!

 
Dois poemas (sonetos) do nosso amigo e associado José Salgado Leite, expressamente para o Natal de 2012.
Aproveitamos para desejar a todos os nossos estimados associados e leitores votos de um Santo e Feliz Natal!

Boas Festas para todos!

Sem comentários:

Enviar um comentário