domingo, 24 de novembro de 2013

CURSO DE HISTÓRIA LOCAL SOBRE A GUERRA COLONIAL CONCLUIU COM ÊXITO







O II Curso Livre de História Local de Fafe, sobre o tema da Guerra Colonial (1961-1974), e que foi promovido pela Núcleo de Artes e Letras de Fafe ao longo de mais de um mês, na Biblioteca Municipal, chegou ao seu termo.

O quinto e último módulo foi orientado por Artur Coimbra, presidente da associação organizadora, e abordou o tema “Memórias Literárias da Guerra Colonial”.

Sabendo-se que, desde que existe guerra, há literatura alusiva, o orador salientou que a literatura portuguesa é deficitária nesse tipo de escrita. Só a Guerra de África é que veio agitar as águas da criação literária e da investigação histórica, levada a efeito sobretudo após o 25 de Abril.

Refere-se a existência de mais de seis dezenas de romances em que o conflito que martirizou uma geração de portugueses é tema e duas centenas em que é subtema ou forte referência, para lá das manifestações sobre a guerra em todas as outras disciplinas literárias.

Artur Coimbra aludiu à existência de inúmeras obras de referência e contextualização histórica, subscritas por uma legião de investigadores e historiadores, desde José Freire Antunes a Álvaro Guerra, passando por Aniceto Afonso, Carlos Matos Gomes e Dalila Cabrita Mateus.

Já na poesia e na ficção, há imenso textos de autores mais ou menos conhecidos, que abordaram o fenómeno da guerra em África, sob diferentes perspectivas, desde António Lobo Antunes a Manuel Alegre, Mário de Carvalho, Álvaro Guerra, Lídia Jorge e Carlos Vale Ferraz (pseudónimo literário de Carlos Matos Gomes), o celebrado autor de um dos romances mais emblemáticos sobre o tema, Nó Cego.

Artur Coimbra desceu depois à realidade de Fafe, abordando a poesia e a crónica que os combatentes iam disseminando pelos jornais locais, em especial o Notícias de Fafe e o Povo de Fafe.

Em livro, apenas Domingos Gonçalves (3 volumes), que esteve presente nesta sessão e deu o seu testemunho, e Alberto Alves (contos) deixaram os testemunhos da sua passagem pela Guiné nos anos 60.

Mas na poesia deixaram o seu nome ligado ao tema autores como Almeida Mattos, Acácio Almeida, Artur Leite, Domingos Gonçalves e José Salgado Leite, entre outros.

No final, houve ainda espaço para uma breve intervenção de Jaime Silva, a complementar a sua anterior e para a entrega dos diplomas aos participantes nesta formação.

Além de Artur Coimbra, intervieram como oradores nesta formação José Manuel Lages, director científico do Museu da Guerra Colonial, os ex-combatentes Jaime Silva e Artur Magalhães Leite e o historiador Daniel Bastos (estes dois, membros da direcção da NALF).

Um curso que correu muito bem, com a presença permanente de quatro dezenas de participantes, na sua grande maioria ex-combatentes da guerra em África.

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